terça-feira, 27 de julho de 2010

II FEIRA DAS NAÇÕES


FESTAS E CELEBRAÇÕES DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORT'SPANGLISH


~PAÍSES~


ESPANHA










CHILE











ARGENTINA











COLOMBIA









JAMAICA







ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA







MÉXICO












segunda-feira, 26 de julho de 2010

VIVENDO NA TRIBO

É incrível como toda a escola possui um complexo arrumado de tribos. Podemos associar à vaga idéia de uma tribo indígena, com aglomerados de espécimes inusitados. O mais incrível ainda é que todas as escolas parecem submetidas à fútil idéia dos besteiróis americanos, com sua irrefutável hierarquia de popularidade e estupidez. Transmutando para um ambiente de familiaridade e grande poder nocivo, ponho a escrita para tentar descrever seres tão complexos, que habitam na infértil fauna escolar...

Como todo bom besteirol americano, não poderia faltar a figura dos atletas. Os inquestionáveis “heróis olímpicos”, conquistam com fulgor ateniense as vitórias do colégio. Treinam arduamente (tanto que acabam perdendo massa cerebral). Enfrentam apocalípticos confrontos, por isso são recompensados com “folhas de loira”. Conseguem a incrível façanha de concentrar toda atividade cerebral nos músculos, deixando-os quase sem vida intelectual. É o preço que se paga pelos bíceps...

Outro subtipo que é indispensável é a patricinha. As fiéis seguidoras da Barbie. Seu mundo e embrulhantemente rosa, com sutilezas débeis e sem prática lógica e racional. Praticam a arte burguês do desdém, este poder lhe é conferido com o uso da sagrada presilha “rosa chok”. Num mundinho onde quase todo mundo é do mesmo patamar econômico, o poder de aquisição de apetrechos customizados definem o status PATRICINHA. Suas rivais são as seguidoras da Hello Kitty (ou de outra boneca medonha que tenha a cabeça grande e o resto do corpo desproporcional).

Num mundo de canções indecentes e ritmos mono melódicos. Eterna beleza no rebolado dos quadris e o leve movimento da cintura. Vivem os Narcisos do Arrocha, seres de grande perfeição e inutilidade. Os Narcisos do Arrocha não precisam que ninguém lhes diga que são belos, isso só é confirmado com o metrificado rebolado do bumbum, e nas elaboradas e entusiásticas coreografias de vai e vem. Precisam do arrocha para afirmar seu ideal de beleza, absorta perfeição. Atingem o máximo grau de “iluminação” praticando o mantra do REBOLATION...

Imersas no mundo de Eros, com rolos, amassos e escândalos impublicáveis, as Galináceas Girls desbravam o mundo masculino e tentam colecionar todos os tipos. Constituem uma espécie de exímias caçadoras, com notáveis práticas de rastreamento e sedução. É muito difícil que andem em bandos, pois são extremamente competitivas, pois disputam a posição da Ave Maior. São adoradoras do deus grego Baco (não é daí que vem a palavra bacanal?). Suas vestes são curtas e desprovidas de pano, deixando à mostra seus atributos... Fazem seus rituais em lugares escuros e distantes de visitação pública. Mas a vida de uma Galinácea Girl termina com a descuidada oferenda dos nove meses...

Indivíduos de grande poder nocivo e sórdido, os Intelectos corrosivos constituem uma classe degenerada e radical. Tome bastante cuidado com o que fala, pois qualquer pérola que solte é um motivo de sátira feroz. São geralmente cínicos e sabem como ninguém manipular as pessoas, quase sempre são adeptos à idéias anarquistas, e usam de seu vocabulário para ofender mortalmente o adversário.

De toda forma a escola funciona de forma heterogenia, as tribos nela existentes são prova de que os jovens de hoje buscam somente o ideal supremo de popularidade, e para isso submetem-se à modelos pré-fabricados de estilos e caráter. E este é o nosso besteirol de cada dia, acreditar que precisamos provar alguma coisa aos demais, e não ser considerado diferente pelo que pensamos e agimos. A atitude mais louvável é o que conservamos de verdadeiro sem danificar o que realmente somos...


AUTOR: TALES SANTOS PEREIRA

A VINGANÇA DE ESPECTRO

Em meio à cidade escura e sitiada, onde o submundo encontrava forma, Espectro rondava com uma sede de vingança oculta as normas sociais. Rastreava um alvo pouco definível, mas que lhe revelaria a dor de um passado distante. Ao falar em passado restava a Espectro um grande abismo de incertezas, o que gradualmente aumentava o seu instinto de vingança. Sob a chuva decadente, os vultos do passado o forçavam a travar aquela batalha, uma batalha contra o desconhecido...

Nem tão desconhecido... Ao revirar o seu mundo de lembranças diáfanas, uma tomava destaque... O sangue jorrava na sala de estar, pouco a pouco avançava sobre os ladrilhos, até alcançar uma pobre criancinha, debaixo do sofá, manchando sua roupa branca celeste... Vendo o corpo sendo arrastado, desprendia-se de sua garganta um grande grito: - Pai!

Um altivo trovão interrompera o seu momento de torpor, o seu alvo fora identificado. Apesar de mascarado pela ação do tempo, o seu coração o cortava de agonia e luto. Sentia que aquele homem teria as respostas para o seu passado, o seu ímpeto de fúria o faria um corpo sem vida... Mas a sua busca de respostas o refreava.

Antes de enfrentar o passado, olhava para o emblema no seu bracelete. Isto o lembrava que pertencia a um grupo de amantes da vingança. Eram os ANJOS CAÍDOS Presos a passados mal resolvidos, eles não eram humanos, pois a ira os privava de tal condição. Para eles a morte era a resposta para seus enigmas. Espectro caminhava para a boate SUBITTUS, possesso do sentimento que o alimentava, encontraria o ponto final para o seu passado...


AUTOR: TALES SANTOS PEREIRA

O MISTÉRIO DA ÁRVORE QUE LACRIMEJAVA

Jazia naquela cidade um jovem franzino, e com um hábito muito peculiar, ele era amigo de uma velha árvore escondida num lindo jardim. Todos os dias o jovem vinha e regava-lhe os galhos, cobertos de uma leve camada de flores joviais. O jovem conversava com a árvore sobre muitos assuntos, ela era como uma grande anciã, que fazia um voto etéreo de silêncio.
Cada vez que ele a visitava, estava mais revigorada e bela. A primavera estava chegando ao fim, e sempre os dois apreciavam o espetáculo do pôr-do-sol. No último dia das flores dominantes, o jovem resolvera visitar a vegetal amiga mais cedo, pois queria desfrutar do último dia da primavera. Aquele dia fora uma tela renascentista, os pássaros a exaltavam, as borboletas traziam pólens em sua oferenda, as aranhas teciam sonetos de amor. Ao aproximar-se o jovem ouviu o pulsar de um coração, e percebendo que aquele som ecoava de perto, observou que vinha da árvore, ela sentira sua presença...
O primeiro dia do inverno, sempre uma grande agitação na cidade, chegava a rainha e sua corte. O ar gélido combinava com sua personalidade, arrogante, fria e calculista. O jovem havia mantido sua habitual rotina, foi visitar sua amiga, que estava bem primaveril apesar do inverno.
Aquele jovem possuía uma inteligência rara, dominava como ninguém as artes, ciências, idiomas e uma habilidade de inventar maquinários. A rainha logo ficou sabendo das qualidades do jovem, queria uma máquina de guerra potente, pois ambicionava anexar territórios à suas propriedades, imediatamente o chamou. Ela lhe impôs a condição de ser o inventor da corte, caso não aceitasse morreria guilhotinado. Começara o seu doloroso cárcere...
Todos os dias era a mesma coisa, entrava de dia, saia à noite. A árvore já sentia em sua composição o peso da saudade. Perdera seu viço, suas folhas se entregavam ao ar gélido, o jardim cobria-se com a camada fria e branca.
Certo dia a rainha viera inspecionar o projeto do moço. Enfim pronto! Mas a rainha lhe propunha algo mais, ela o encheu de cobiça e ganância. Queria-o como inventor da corte, partira então para sua nova morada, e esquecera completamente de sua amiga.

No jardim tudo era triste, sem viço. A árvore estava coberta de gelo, em toda a imensidão do caule, aquilo que fora um jardim vivo, estava irreconhecível.
Terminara o frio desconsolado, havia um ano que a rainha partiu com sua corte. O verão chegava com sua glória e esplendor, todas as árvores começavam a descongelar-se. Mas o jardim da velha árvore, era intocável aos raios solares. Duas crianças o acharam, eram alegres e levadas, começaram a correr e pular, o jardim retomava a sua beleza original. E quanto a árvore, descongelara, mas agora emanava um líquido corriqueiro, uma das crianças ao levar à boca uma das gotículas, logo alarmou, eram lágrimas!
As crianças a visitavam todos os dias, estava sempre bela e lacrimejante. Elas espalharam por toda a cidade a peculiar história da árvore lacrimejante. Aos amontoados as pessoas vinham confirmar o fato, e de tanto peregrinarem para vê-la, acabou se tornando um monumento, era a Praça da Arvore Chorona.
Com o passar tempo, um senhor da corte viera à cidade para ver a árvore peculiar. O senhor se surpreendeu com a façanha, e instigado por uma familiaridade notória aproximou-se da árvore, e num instante melancólico começou a conversar com a árvore. Em seu ouvido ecoava o som que dificilmente esqueceria, a árvore ecoava batidas de coração. Num ímpeto de saudosismo os olhos encheram-se de lágrimas, e desenterrando palavras de muitos anos disse: - Velha amiga lembra-se de um jovem que sempre vinha te visitar. Ele fazia sempre companhia a vossa presença ao contemplar o espetáculo do pôr-do-sol. Venho avisar-lhe que após penosos anos, o arrependimento o arrastou a uma certeza inquestionável, a de que nunca de pode deixar a ganância cegar as amizades. Ele pede perdão, quer de volta o calor primaveril de seus galhos e flores.
O senhor abraçou a árvore, que subitamente parou de lagrimejar. Formava-se na extremidade de seu tronco o formato de um coração, ao cair uma lágrima derramada pelo velho, abriu-se no meio do coração uma linda rosa. Depois o velho disse: - Só as lágrimas do arrependimento são capazes de desabrochar a flor da amizade- e para não perder a doce prática, naquela tarde ficaram a contemplar o espetáculo do pôr-do-sol...

Autor: Tales Santos Pereira